segunda-feira, 25 de maio de 2009

(...) uma rotina



Transe de violência Vaidade demente Guerras à nossa espreita Restos à nossa frente Que ferramenta Eu uso pra viver? Como é que eu faço Pra ajudar você? Desligo a TV Pra que as crianças Não achem normal Todo dia matar, morrer Mas sobre o futuro, o que eu vou dizer? Alguém aqui acredita Que não tem nada com isso? Será que nada tem vínculo Tudo é por acaso? Mas quem é que joga os dados Deus ou seus diabos? Quem decide qual o lado abençoado? Deus ou seus diabos? Será que nenhum de vocês Sabe falar português? Então, em nome da nossa dor Eu exijo um tradutor Alguém de carne e osso Alguém em quem se possa confiar um pouco Eu quero menos abandono, mais cuidado Cristo Redentor Eu vi seus braços cruzados, tudo é ilusão Ando pelas ruas tem de tudo, menos solução Fecho os vidros, fecho a casa Mas a alma não tem trinco, tá escancarada Fecho a minha roupa, fecho a minha cara Mas a alma não tem trinco Nem defesa, nem nada.

[BRAÇOS CRUZADOS- ZÉLIA DUNCAN]

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